quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Redator dos momentos finais da Diners

Murilo Rocha relembra histórias passadas, fala da fase derradeira da revista e dá dicas à estudantes de jornalismo


por Gabriela Albernaz e Daniela Scalabrini


          Um homem inteligente e de boas histórias e intenções. Assim podemos definir o jornalista Murilo Rocha, que teve a chance de ser redator da Diners em sua fase final. Num encontro na ABAC – Associação Brasileira de Assistência aos Cancerosos – Murilo contou causos de sua vida jornalística, falou da Diners e deu dicas aos aspirantes à profissão.


          A revista foi uma breve passagem na vida deste jornalista, que já foi redator e ainda presta serviços de assessoria de imprensa. Murilo Rocha já trabalhou em diversos lugares, como o Jornal e a Rádio Globo, e também para a UPI – United Press International – segunda maior agência de notícias da época. Hoje, ele presta serviços a ABAC por amizade e alimenta o site da vereadora Andrea Gouvêa Vieira, também por acreditar nas capacidades da governante.


          Tendo participado da edição de dois ou três volumes da Diners, sabia que a revista era famosa quando foi convidado a trabalhar, mas também percebeu que o que estava fazendo já não era como anteriormente. A Diners já estava num período de decadência quando a Editora Gaivota, de Ernesto Carneiro, foi contratada para fazer as edições e Murilo foi convocado, pelo amigo editor, para ajudar.


          Ele diz que a versão final da Diners tinha um viés mais popular, menos sofisticado, e que a decadência, provavelmente, coincidiu com a perda de popularidade também do cartão de crédito, que já ganhava concorrentes na época.


          Murilo Rocha teria sido um bom leitor da revista em sua fase áurea. Ele critica os clichês e pobrezas da cultura e se diz uma pessoa que gosta de música clássica, literatura e cinema. Falando sobre isso, ele recorda Ruy Castro e José Carlos Monteiro, ex-integrantes da patota da Diners na fase Paulo Francis, que considera grandes entendedores de cultura e cinema.


          Numa conversa que terminou com a promessa de que, em algumas semanas, poderemos ter acesso às revistas que ajudou a produzir, Murilo Rocha pede para continuar nos bastidores do jornalismo e preferiu não tirar fotos. Junto com a simpatia e disponibilidade, como um mestre, ele deixou dicas de livros que não podem deixar de ser lidos por criaturas jornalísticas como a turma que compõe este Blog. Na lista, “A primeira vítima” de Phillip Knightly, e “1984” e “Revolução dos Bichos”, ambos de George Orwell.







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