Traçar uma comparação entre as publicações Diners, piauí, serrote e Bravo! permite enxergar um avanço na cultura social e contextualizar o panorama do estilo literário que vêm sendo adotado ao longo das publicações. À começar, ao acessar o blog, o leitor poderá verificar mediante esta breve análise o que ambas as revistas têm em comum e que ao mesmo tempo quais características que as tornam únicas, diferentes na forma de escrever e abordar o seu conteúdo.
A revista Diners surgiu em 1962 completamente desconhecida do público, mas admirada pelo meio jornalístico. Sinônimo de qualidade, a revista de grande sucesso dos anos 60 contava com a participação de grandes nomes como Carlos Drummond de Andrade, Antonio Callado, entre outros, e anunciava varejos classe A e serviços indicativos de hotéis, boates, restaurantes, butiques, lojas de carros importados. Tudo isso, porque a revista era distribuída para os assinantes do cartão de crédito diners club, e nessas divulgações estimulavam o uso do cartão.
Com relação aos seus textos e títulos eram inteligentes e criativos, não falava da condição política da época, portanto não era alvo dos militares. Ela era moderna, jovem e cheia de estilo. Era o veículo mais cobiçado pelos jornalistas; o sucesso foi tanto, que a Diners saiu do privado e foi para o público chegando às bancas de jornal. Mas o preço e a crise institucional e econômica no país, dificultou “a existência de uma revista tão cara e de ideias arejadas”.
Com o tempo, a publicidade da revista caiu e o pagamento dos colaboradores também, o que levou a revista a falência em 1969.
Hoje a Diners é ocupada com três modernos veículos que pareceu perpetuar a saga de Diners. As revistas Piauí, Bravo! e serrote lembram um pouco deste estilo inesquecível.
Já a publicação serrote é criação do Instituto Moreira Salles (IMS), de forma quadrimestral e reúne ensaios, literatura, fotografia. Embora seja inspirada em publicações como a britânica Granta e a franco-americana The Paris Review, o exemplar pretende ser um veículo que incentivar o apreço à cultura brasileira. Além disso, a serrote também publica textos sobre política, ciência, esportes e questões atuais.
A revista, quando comparada com as outras duas publicações (piauí e Bravo!) é a caçula, já que o seu primeiro número foi publicado em março de 2009. Segundo seus editores – Flávio Pinheiro, Matinas Suzuki Jr., Rodrigo Lacerda e Samuel Titan Jr. –, o IMS lançou a serrote “por acreditar que, em sua multiplicidade de tons e vozes, o ensaio se fixou como gênero indispensável à reflexão e ao debate de ideias”. Além disso, em cada número, a publicação traz três verbetes que compõem o “Alfabeto serrote”. Esses verbetes são criações livres, a interpretação que cada autor tem das palavras escolhidas.
Já a revista piauí, cujo nome foi dado pela junção de vogais, chegou às bancas em outubro de 2006 e busca abordar temas que surpreendem o leitor a cada edição. Em relação às pautas, o que interessa na publicação é contar uma boa história. E para isso o repórter dispõe de tempo para apurar e escrever. O que importa na revista é que a história seja bem escrita e que o conjunto seja interessante, como por exemplo, a exploração de temas mais sérios ao lado de histórias em quadrinhos e textos breves ao lado de textos longos. O segredo está nessa combinação de assuntos e tons.
No que diz respeito ao conteúdo editorial, João Moreira Salles um dos idealizadores da revista piauí lembra que este é resumido na capa, uma vez que é a primeira informação que o leitor tem contato. Quando o assunto é editoria fixa, a publicação traz seções, cujos assuntos variam a cada mês, uma vez que não possui temas obrigatórios. A seção “Diário”, por exemplo, uma das mais conhecidas, tem como objetivo apresentar textos de não-jornalistas e mostrar temas que geralmente não são abordados pela imprensa em geral.
Já a revista Bravo! publicação mais antiga das três analisadas foi criada em 1997. A revista da Editora Abril tem publicação mensal e é caracterizada levar ao leitor informações culturais bem como manifestações artísticas.
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